BEM-HAJA
sábado, 27 de fevereiro de 2010
PRAÇA GENERAL HUMBERTO DELGADO - Visconde de Almeida Garrett
João Baptista da Silva Leitão de Almeida e mais tarde visconde de Almeida Garrett, (Porto, 4 de Fevereiro de 1799 — Lisboa, 9 de Dezembro de 1854) foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, Par do Reino, ministro e secretário de Estado honorário português. Grande impulsionador do teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português, foi ele.
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PRAÇA GENERAL HUMBERTO DELGADO - Visconde de Almeida Garrett
João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799. No período de sua adolescência foi viver para os Açores, na Ilha Terceira, quando as tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal e onde era instruído pelo tio, D. Alexandre, bispo de Angra. Foi também aí que engravidou sua companheira Luísa Castelo. De seguida, em 1816 foi para Coimbra, onde acabou por se matricular no curso de Direito. Em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que fez com que lhe pusessem um processo por ser considerado materialista, ateu e imoral. É também neste ano que ele e sua família passam a usar o apelido de Almeida Garrett.
Presença nas lutas liberais
Almeida Garrett participou na revolução liberal de 1820, de seguida foi para o exílio na Inglaterra em 1823, após a Vilafrancada. Antes casou-se com uma muito jovem senhora Luísa Midosi, que tinha apenas 14 anos. Foi em Inglaterra que tomou contacto com o movimento romântico, descobrindo Shakespeare, Walter Scott e outros autores e visitando castelos feudais e ruínas de igrejas e abadias góticas, vivências que se reflectiriam na sua obra posterior.
Em 1824, pode partir para França e assim o fez, nessa viagem escreveu o muitíssimo conhecido Camões (1825) e Dona Branca (1826) não tão conhecido mas não menos importante, poemas geralmente considerados como as primeiras obras da literatura romântica em Portugal. No ano de 1826 foi chamado e regressou à pátria com os últimos emigrados dedicando-se ao jornalismo, fundando e dirigindo o jornal diário O Português (1826-1827) e o semanário O Cronista (1827).
Teria de deixar Portugal novamente em 1828, com o regresso do Rei absolutista D. Miguel. Ainda no ano de 1828 perdeu a sua filha recém-nascida. Novamente em Inglaterra, publica Adozinda (1828).
Juntamente com Alexandre Herculano e Joaquim António de Aguiar, tomou parte no Desembarque do Mindelo e no Cerco do Porto em 1832 e 1833.
Vida política
Almeida Garrett, Alexandre Herculano e José Estêvão de Magalhães nos Passos Perdidos, Assembleia da República Portuguesa
A vitória do Liberalismo permitiu-lhe instalar-se novamente em Portugal, após curta estadia em Bruxelas como cônsul-geral e encarregado de negócios, onde lê Schiller, Goethe e Herder. Em Portugal exerceu cargos políticos, distinguindo-se nos anos 30 e 40 como um dos maiores oradores nacionais. Foram de sua iniciativa a criação do Conservatório de Arte Dramática, da Inspecção-Geral dos Teatros, do Panteão Nacional e do Teatro Normal (actualmente Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa). Mais do que construir um teatro, Garrett procurou sobretudo renovar a produção dramática nacional segundo os cânones já vigentes no estrangeiro. Com a vitória cartista e o regresso de Costa Cabral ao governo, Almeida Garrett afasta-se da vida política até 1852. Contudo, em 1850 subscreveu, com mais de 50 personalidades, um protesto contra a proposta sobre a liberdade de imprensa, mais conhecida por “lei das rolhas”. Garrett sedutor A vida de Garrett foi tão apaixonante quanto a sua obra. Revolucionário nos anos 20 e 30, distinguiu-se posteriormente sobretudo como o tipo perfeito do dândi, ou janota, tornando-se árbitro de elegâncias e príncipe dos salões mundanos. Foi um homem de muitos amores, uma espécie de homem fatal. Separado da esposa, Luísa Midosi, com quem se casou, em 1822, quando esta tinha 14 anos de idade, passa a viver em mancebia com D. Adelaide Pastor até a morte desta, em 1841. A partir de 1846, a sua musa é a viscondessa da Luz, Rosa Montufar Infante, andaluza casada, desde 1837, com o oficial do exército português Joaquim António Velez Barreiros, inspiradora dos arroubos românticos das Folhas caídas. Por decreto do Rei D. Pedro V de Portugal datado de 25 de Junho de 1851 Garrett é feito Visconde de Almeida Garrett em vida (tendo o título sido posteriormente renovado por 2 vezes). Em 1852 sobraça, por poucos dias, a pasta dos Negócios Estrangeiros em governo presidido pelo Duque de Saldanha. Falece em 1854, vítima de cancro, em Lisboa, na sua casa situada na actual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique.
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Presença nas lutas liberais
Almeida Garrett participou na revolução liberal de 1820, de seguida foi para o exílio na Inglaterra em 1823, após a Vilafrancada. Antes casou-se com uma muito jovem senhora Luísa Midosi, que tinha apenas 14 anos. Foi em Inglaterra que tomou contacto com o movimento romântico, descobrindo Shakespeare, Walter Scott e outros autores e visitando castelos feudais e ruínas de igrejas e abadias góticas, vivências que se reflectiriam na sua obra posterior.
Em 1824, pode partir para França e assim o fez, nessa viagem escreveu o muitíssimo conhecido Camões (1825) e Dona Branca (1826) não tão conhecido mas não menos importante, poemas geralmente considerados como as primeiras obras da literatura romântica em Portugal. No ano de 1826 foi chamado e regressou à pátria com os últimos emigrados dedicando-se ao jornalismo, fundando e dirigindo o jornal diário O Português (1826-1827) e o semanário O Cronista (1827).
Teria de deixar Portugal novamente em 1828, com o regresso do Rei absolutista D. Miguel. Ainda no ano de 1828 perdeu a sua filha recém-nascida. Novamente em Inglaterra, publica Adozinda (1828).
Juntamente com Alexandre Herculano e Joaquim António de Aguiar, tomou parte no Desembarque do Mindelo e no Cerco do Porto em 1832 e 1833.
Vida política
Almeida Garrett, Alexandre Herculano e José Estêvão de Magalhães nos Passos Perdidos, Assembleia da República Portuguesa
A vitória do Liberalismo permitiu-lhe instalar-se novamente em Portugal, após curta estadia em Bruxelas como cônsul-geral e encarregado de negócios, onde lê Schiller, Goethe e Herder. Em Portugal exerceu cargos políticos, distinguindo-se nos anos 30 e 40 como um dos maiores oradores nacionais. Foram de sua iniciativa a criação do Conservatório de Arte Dramática, da Inspecção-Geral dos Teatros, do Panteão Nacional e do Teatro Normal (actualmente Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa). Mais do que construir um teatro, Garrett procurou sobretudo renovar a produção dramática nacional segundo os cânones já vigentes no estrangeiro. Com a vitória cartista e o regresso de Costa Cabral ao governo, Almeida Garrett afasta-se da vida política até 1852. Contudo, em 1850 subscreveu, com mais de 50 personalidades, um protesto contra a proposta sobre a liberdade de imprensa, mais conhecida por “lei das rolhas”. Garrett sedutor A vida de Garrett foi tão apaixonante quanto a sua obra. Revolucionário nos anos 20 e 30, distinguiu-se posteriormente sobretudo como o tipo perfeito do dândi, ou janota, tornando-se árbitro de elegâncias e príncipe dos salões mundanos. Foi um homem de muitos amores, uma espécie de homem fatal. Separado da esposa, Luísa Midosi, com quem se casou, em 1822, quando esta tinha 14 anos de idade, passa a viver em mancebia com D. Adelaide Pastor até a morte desta, em 1841. A partir de 1846, a sua musa é a viscondessa da Luz, Rosa Montufar Infante, andaluza casada, desde 1837, com o oficial do exército português Joaquim António Velez Barreiros, inspiradora dos arroubos românticos das Folhas caídas. Por decreto do Rei D. Pedro V de Portugal datado de 25 de Junho de 1851 Garrett é feito Visconde de Almeida Garrett em vida (tendo o título sido posteriormente renovado por 2 vezes). Em 1852 sobraça, por poucos dias, a pasta dos Negócios Estrangeiros em governo presidido pelo Duque de Saldanha. Falece em 1854, vítima de cancro, em Lisboa, na sua casa situada na actual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique.
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Linha D do Metro do Porto estação "Aliados"
Sensivelmente a meio da avenida dos Aliados, de um e outro lado, estão as duas bocas da estação "Aliados" da Linha D "Amarela" do Metro do Porto. Foi precisamente a construção das saídas da estação que originou a completa reformulação da avenida, obra que foi entregue ao arquitecto Álvaro Siza Vieira. O projecto ficou envolvido por uma enorme contestação por, alegadamente, desvirtuar a tradição histórica e paisagística do local. Apesar de tudo, a obra— que procurava criar uma continuidade entre a Avenida e a Praça de Liberdade— foi, nas suas linhas gerais, concretizada.
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Do lado direito da Avenida dos Aliados encontra-se a Culturgest Porto, na Caixa Geral de Depósitos
Do lado direito da Avenida dos Aliados encontra-se a Culturgest Porto, na Caixa Geral de Depósitos, edifício com uma colunata de grandes proporções encimada por um torreão cupular. Projecto também do Arquitecto Marques da Silva.
“José Marques da Silva (Porto, 18 de Outubro de 1869 — Porto, 6 de Junho de 1947) foi um arquitecto português. Fez o seu curso na Academia Portuense de Belas-Artes, seguindo depois para Paris, onde viveu entre 1889 e 1896, e onde obteve o diploma de arquitecto com altas classificações. Regressou a Portugal e criou rapidamente nome, pelo número e importância dos trabalhos que projectou e construiu, alguns dos quais foram premiados na Exposição Universal de Paris de 1900 e na do Rio de Janeiro 1908, com medalhas de prata e de ouro. Em 1907 foi nomeado professor de Arquitectura da Escola de Belas-Artes do Porto e, em 1913, seu director, aposentando-se, por limite de idade, em 1939. Foi académico de mérito das Academias de Belas-Artes de Lisboa e Porto, sócio correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes e oficial da Ordem de Santiago. Foi também professor do antigo Instituto Industrial e Comercial do Porto. A Universidade do Porto neste momento é a detentora do espólio do arquitecto, que se encontra no Instituto Arquitecto Marques da Silva, sito na Praça do Marquês de Pombal, no seu antigo atelier, ao lado da sua Moradia. Conjuntamente com o espólio do arquitecto, encontra-se o da sua filha, Maria José Marques da Silva e do seu genro, David Moreira da Silva”.
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“José Marques da Silva (Porto, 18 de Outubro de 1869 — Porto, 6 de Junho de 1947) foi um arquitecto português. Fez o seu curso na Academia Portuense de Belas-Artes, seguindo depois para Paris, onde viveu entre 1889 e 1896, e onde obteve o diploma de arquitecto com altas classificações. Regressou a Portugal e criou rapidamente nome, pelo número e importância dos trabalhos que projectou e construiu, alguns dos quais foram premiados na Exposição Universal de Paris de 1900 e na do Rio de Janeiro 1908, com medalhas de prata e de ouro. Em 1907 foi nomeado professor de Arquitectura da Escola de Belas-Artes do Porto e, em 1913, seu director, aposentando-se, por limite de idade, em 1939. Foi académico de mérito das Academias de Belas-Artes de Lisboa e Porto, sócio correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes e oficial da Ordem de Santiago. Foi também professor do antigo Instituto Industrial e Comercial do Porto. A Universidade do Porto neste momento é a detentora do espólio do arquitecto, que se encontra no Instituto Arquitecto Marques da Silva, sito na Praça do Marquês de Pombal, no seu antigo atelier, ao lado da sua Moradia. Conjuntamente com o espólio do arquitecto, encontra-se o da sua filha, Maria José Marques da Silva e do seu genro, David Moreira da Silva”.
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
«Edifício da antiga C. Seguros A Nacional, Avenida dos Aliados, 1919»
«Edifício da antiga C. Seguros A Nacional,»
Do lado esquerdo quem sobe, confinando com a Praça da Liberdade, localiza-se o edifício da antiga C. Seguros A Nacional, Avenida dos Aliados, 1919
A Avenida dos Aliados, aberta na segunda década do século após a demolição da antiga câmara, é demarcada a sul por dois edifícios monumentais encimados por duas torres-escultura. São ambos de Marques da Silva, que assim deixou também a sua assinatura na "sala de visitas" da cidade. Teve tanta importância na configuração urbana do Porto no início do séc. XX como Nasoni no séc. XVIII. O do lado esquerdo é a sede de uma seguradora, e é marcado por uma pujante decoração Beaux-Arts. São edifícios que aproveitam as virtualidades da nova tecnologia construtiva do betão armado que permitia apostar nesta filigrana decorativa. O interior também é muito cuidado, e este contém ainda um hall-galeria comercial (cafetaria, barbearia...) que fazia o espaço urbano entrar pelo edifício dentro.
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A Avenida dos Aliados, aberta na segunda década do século após a demolição da antiga câmara, é demarcada a sul por dois edifícios monumentais encimados por duas torres-escultura. São ambos de Marques da Silva, que assim deixou também a sua assinatura na "sala de visitas" da cidade. Teve tanta importância na configuração urbana do Porto no início do séc. XX como Nasoni no séc. XVIII. O do lado esquerdo é a sede de uma seguradora, e é marcado por uma pujante decoração Beaux-Arts. São edifícios que aproveitam as virtualidades da nova tecnologia construtiva do betão armado que permitia apostar nesta filigrana decorativa. O interior também é muito cuidado, e este contém ainda um hall-galeria comercial (cafetaria, barbearia...) que fazia o espaço urbano entrar pelo edifício dentro.
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«Meninos - A Abundância»
A fonte “Menina Nua”, na Avenida dos Aliados
A fonte “Menina Nua”, na Avenida dos Aliados é outro ex-líbris da cidade, integrada outrora num jardim faz parte hoje de uma calçada central da Avenida, após a requalificação operada pelo Arquitecto Álvaro Sisa Vieira, em 2006.
Escultura de Henrique Araújo Moreira (Avintes, Vila Nova de Gaia, 1890 - 1979) foi um importante escultor português.
Formado pela Academia Portuense de Belas Artes, onde foi aluno do mestre António Teixeira Lopes, Henrique Moreira legou-nos uma obra notável, reconhecida em múltiplas distinções, das quais se destacam as medalhas de ouro com que foi galardoado nas exposições em Lisboa e Sevilha.
Na sua vasta obra, onde claramente se perpetua a herança naturalista de Oitocentos, ou naquela em que se afirma já um receituário actualizado, pela emergência da estética Art Déco, como o denuncia a floreira decorativa da Avenida dos Aliados, é manifesta a convergência de uma singular harmonia de linhas e de volumes, de uma correcta euritmia e de uma expressividade naturalista que confere às obras uma imensa serenidade.
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Escultura de Henrique Araújo Moreira (Avintes, Vila Nova de Gaia, 1890 - 1979) foi um importante escultor português.
Formado pela Academia Portuense de Belas Artes, onde foi aluno do mestre António Teixeira Lopes, Henrique Moreira legou-nos uma obra notável, reconhecida em múltiplas distinções, das quais se destacam as medalhas de ouro com que foi galardoado nas exposições em Lisboa e Sevilha.
Na sua vasta obra, onde claramente se perpetua a herança naturalista de Oitocentos, ou naquela em que se afirma já um receituário actualizado, pela emergência da estética Art Déco, como o denuncia a floreira decorativa da Avenida dos Aliados, é manifesta a convergência de uma singular harmonia de linhas e de volumes, de uma correcta euritmia e de uma expressividade naturalista que confere às obras uma imensa serenidade.
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A Avenida dos Aliados é um importante arruamento na freguesia de Santo Ildefonso, na Baixa da cidade do Porto, em Portugal
A Avenida dos Aliados é um importante arruamento na freguesia de Santo Ildefonso, na Baixa da cidade do Porto, em Portugal. Com a Praça da Liberdade e a Praça do General Humberto Delgado constitui um tecido urbano contínuo A imponência do seu conjunto arquitectónico e o seu carácter central fazem dela a "Sala de Visitas" da cidade, local por excelência onde os portuenses se concentram para celebrarem os momentos especiais. Todos os edifícios são de bom granito, muitos deles coroados de lanternins, cúpulas e coruchéus. O eixo da avenida é marcado por uma ampla placa central que, até meados de 2006, era ajardinada e agora está completamente calcetada por paralelepípedos de granito. Sensivelmente a meio da avenida, de um e outro lado, estão as duas bocas da estação "Aliados" da Linha D. do Metro do Porto. Foi precisamente a construção das saídas da estação que originou a completa reformulação da avenida, obra que foi entregue ao arquitecto Álvaro Siza Vieira. O projecto ficou envolvido por uma enorme contestação por, alegadamente, desvirtuar a tradição histórica e paisagística do local. Apesar de tudo, a obra—que procurava criar uma continuidade entre a Avenida e a Praça de Liberdade—foi, nas suas linhas gerais, concretizada. Ao cimo, onde se ergue o edifício da Câmara Municipal do Porto, a avenida dá lugar à Praça do General Humberto Delgado
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domingo, 7 de fevereiro de 2010
Casa Barbot local onde se encontra a Exposição de Escultura "POEIRAS DO TEMPO" de Mário Ferreira da Silva
Recuperação para o Pelouro e os gaienses
Testemunho de uma época do ponto de vista artístico, cultural, económico e social, a Casa Barbot regressou à vida como Casa da Cultura que se pretende tornar influente de novo naquelas quatro vertentes, mas da época actual e do futuro. Uma nova vida está a tomar conta da Casa Barbot que, com a conversão em Casa da Cultura - "sede" do Pelouro da Cultura, Património e Turismo, vem devolver a Vila Nova de Gaia um incontornável marco da vida gaiense do princípio do Século XX e exemplar único do estilo Arte-Nova existente no Concelho. Alvo de uma recuperação indispensável face às contrariedades do tempo e de algumas intervenções isoladas, este emblemático edifício situado em plena Avenida da República, alguns metros abaixo dos Paços do Concelho, não se tornou somente no coração institucional da cultura municipal. É, isso sim e cada vez mais, uma verdadeira Casa da Cultura, aglutinadora de vontades, capacidades e empenhos e, ainda, centro difusor de bases programáticas, linhas condutoras e, acima de tudo, de concretizações com vista a um patamar superior da individualidade cultural de Vila Nova de Gaia. Daí o valor de recorrer a um monumento, porque como tal se pode considerar. Tanto mais que estamos perante um elemento classificado como "Imóvel de Interesse Público", conforme despacho governamental publicado em Diário de República (I série, nº 47, de 25 de Fevereiro de 1982). Acresce que se trata de um símbolo de uma época e de um estilo artístico que teve interpretação local pelos artífices de então. Entre eles, destacam-se o escultor Alves de Sousa, o mestre estucador Baganha e, ainda, o professor de pintura Veloso Salgado (responsável pela decoração de algumas divisões) e o arquitecto Ventura Terra, que assinou a Sala dos Passos Perdidos da Assembleia da República, entre várias outras obras distinguidas, algumas até com o Prémio Valmor. Do trabalho conjunto daqueles artistas, e de mais alguns anónimos, resultou a belíssima moradia mandada erigir pela classe burguesa da eufórica Belle Époque. Curiosamente, o nome Barbot não está relacionado com o seu primeiro proprietário, o vianense Bernardo Pinto Abrunhosa, que foi quem mandou construí-la, em 1904. Os registos dão o imóvel como pertencendo a Adelino Augusto Campos, por volta de 1911, e de novo a Bernardo Pinto Abrunhosa, em 1915, o que permite adivinhar algumas confusões ou, pelo menos, eventuais imprecisões. Mas o que parece certo é que o edifício foi baptizado a partir do nome da sua proprietária por alturas de 1945, Ermelinda Barbot.
O passado ao serviço do séc. XXI
Apesar das obras e transformações sucessivas encomendadas pelos diversos proprietários, bem como das intervenções mais recentes, o edifício mantém a estrutura inicial de cave mais dois pisos.
O espaço encerra em si um potencial de que, finalmente, Gaia volta agora a tirar partido. Com efeito, a nova Casa da Cultura acolhe não apenas a estrutura do Pelouro mas também espaços de utilização pública e equipamentos com o objectivo de "abrir" realmente a Casa Barbot aos gaienses.
Assim, a primeira fase da recuperação do imóvel compreendeu a criação de uma área destinada a exposições e à promoção de eventos como debates, colóquios, seminários, workshops, lançamento de livros e momentos musicais.
Futuramente, deverão ser criadas e entregues à exploração uma livraria e uma cafetaria, bem como um Posto de Turismo.
A zona envolvente do edifício, que integra o jardim, foi também alvo de recuperação, no sentido do seu embelezamento e de eliminar a barreira visual existente na Praça do General Torres.
No conjunto, aposta-se no aproveitamento moderno e aberto de uma construção histórica. Respeitam-se, aliás, os princípios enunciados pela Carta de Veneza, onde se refere expressamente que "a conservação de monumentos é sempre favorecida pela sua utilização numa função útil".
É isso que se pretende fazer da Casa Barbot/Casa da Cultura - torná-la útil para recordar a herança histórica de uma época, útil para a afirmação da identidade cultural dos gaienses e útil para o aprofundamento de uma importante vertente do desenvolvimento concelhio, metropolitano, regional e mesmo nacional.
Exemplo "vivo" da arte de uma época
Na futura Casa da Cultura de Gaia, predominam elementos característicos da Arte Nova e destacam-se o vidro, o ferro, a cantaria e o azulejo.
A par das linhas curvas, sobressai a inspiração em elementos neoclássicos (colunas, capitéis e medalhões, por exemplo), de motivos florais e zoomórficos, dos nus femininos e da Natureza em geral.
Mas o conjunto não se esgota unicamente na casa. Passando pela escada do jardim, cuja cobertura de ferro e vidro se assemelha à do café portuense "A Brasileira", temos acesso à propriedade. Esta inclui as áreas ajardinadas e envolventes, com os bancos em forma de tronco de árvore, a estufa, o lago, a gruta artificial, o mirante e a garagem, onde predominam, novamente, elementos que denunciam as misturas de inspirações artísticas que não coincidiram, antes se sucederam. E, em casos como este, como que se "fundiram".
É, assim, a propriedade como um todo dos vários elementos que está a fazer de novo parte da vida quotidiana de Gaia e desta vasta região.
O fenómeno da Arte Nova no nosso país esteve longe de conhecer a importância e desenvolvimento que ocorreu nos restantes países europeus, nomeadamente, em França, na Bélgica, ou na Áustria. Na realidade, a perspectiva actual da História da Arte tende a concordar que este movimento não passou, "(...) entre nós, de um mero episódio sem coerência nem continuidade, muito embora traga consigo o germe de uma nova linguagem".
Nesta medida, se em algumas localidades podemos encontrar vários exemplos desta nova expressão, a Arte Nova, em Portugal, tende a manifestar-se, sobretudo, na decoração das fachadas em azulejo, embora apresente características próprias ao nível da arquitectura .
A Casa Barbot, em Vila Nova de Gaia, reflecte precisamente, este carácter efémero e, de alguma forma, isolado, das manifestações Arte Nova, pois é o único exemplo da cidade. Desconhecemos as razões que terão levado os seus proprietários a adoptar esta nova linguagem para a sua casa de habitação, edificada na segunda década do século XX. Certo é que o seu impacto na malha urbana da cidade não passaria despercebido. De facto, a configuração da Casa Barbot denota, talvez, um entendimento da Arte Nova que ultrapassa o plano decorativo, para se estender a um nível de cariz mais estrutural, destacando-se no seio da Avenida da República pelo carácter quase orgânico dos seus volumes, desenvolvidos em planos diferenciados.
Contudo, não podemos deixar de salientar o significativo eclectismo de todo o imóvel, bem presente nas formas de inspiração árabe (cobertura), nos azulejos de inspiração neoclássica, ou ainda nos elementos de gosto oriental. O que, em última análise, permite aproximar este edifício de um gosto francês de finais do século XIX. A fachada virada para a Avenida apresenta duas varandas sobrepostas, de composição conjunta. No ângulo, encontra-se um uma outra varanda em consola, de planta circular, com uma espécie de baldaquino em forma de bolbo, que corresponde, no piso térreo, a um duplo arco. A outra fachada destaca-se pelo terraço superior, com cobertura hexagonal ao centro, cujo desenho se reflecte no piso inferior, e escadaria exterior de acesso ao portal, protegido por cobertura de ferro. Esta cobertura em mansarda com óculos denota, uma vez mais, a influência francesa da segunda metade do século XIX, nomeadamente do Estilo Imperial de Napoleão III (c. 1852-1870).
Trabalharam neste imóvel artistas como o escultor Alves de Sousa, ou o pintor Veloso Salgado, este último responsável pela composição das salas do interior.
Por sua vez, também os jardins se revestem de especial importância, desenvolvendo-se em consonância com a casa, com a qual forma um todo.
A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia adquiriu o imóvel, com o objectivo de o recuperar para aí instalar alguns serviços camarários.
Bem-haja
Testemunho de uma época do ponto de vista artístico, cultural, económico e social, a Casa Barbot regressou à vida como Casa da Cultura que se pretende tornar influente de novo naquelas quatro vertentes, mas da época actual e do futuro. Uma nova vida está a tomar conta da Casa Barbot que, com a conversão em Casa da Cultura - "sede" do Pelouro da Cultura, Património e Turismo, vem devolver a Vila Nova de Gaia um incontornável marco da vida gaiense do princípio do Século XX e exemplar único do estilo Arte-Nova existente no Concelho. Alvo de uma recuperação indispensável face às contrariedades do tempo e de algumas intervenções isoladas, este emblemático edifício situado em plena Avenida da República, alguns metros abaixo dos Paços do Concelho, não se tornou somente no coração institucional da cultura municipal. É, isso sim e cada vez mais, uma verdadeira Casa da Cultura, aglutinadora de vontades, capacidades e empenhos e, ainda, centro difusor de bases programáticas, linhas condutoras e, acima de tudo, de concretizações com vista a um patamar superior da individualidade cultural de Vila Nova de Gaia. Daí o valor de recorrer a um monumento, porque como tal se pode considerar. Tanto mais que estamos perante um elemento classificado como "Imóvel de Interesse Público", conforme despacho governamental publicado em Diário de República (I série, nº 47, de 25 de Fevereiro de 1982). Acresce que se trata de um símbolo de uma época e de um estilo artístico que teve interpretação local pelos artífices de então. Entre eles, destacam-se o escultor Alves de Sousa, o mestre estucador Baganha e, ainda, o professor de pintura Veloso Salgado (responsável pela decoração de algumas divisões) e o arquitecto Ventura Terra, que assinou a Sala dos Passos Perdidos da Assembleia da República, entre várias outras obras distinguidas, algumas até com o Prémio Valmor. Do trabalho conjunto daqueles artistas, e de mais alguns anónimos, resultou a belíssima moradia mandada erigir pela classe burguesa da eufórica Belle Époque. Curiosamente, o nome Barbot não está relacionado com o seu primeiro proprietário, o vianense Bernardo Pinto Abrunhosa, que foi quem mandou construí-la, em 1904. Os registos dão o imóvel como pertencendo a Adelino Augusto Campos, por volta de 1911, e de novo a Bernardo Pinto Abrunhosa, em 1915, o que permite adivinhar algumas confusões ou, pelo menos, eventuais imprecisões. Mas o que parece certo é que o edifício foi baptizado a partir do nome da sua proprietária por alturas de 1945, Ermelinda Barbot.
O passado ao serviço do séc. XXI
Apesar das obras e transformações sucessivas encomendadas pelos diversos proprietários, bem como das intervenções mais recentes, o edifício mantém a estrutura inicial de cave mais dois pisos.
O espaço encerra em si um potencial de que, finalmente, Gaia volta agora a tirar partido. Com efeito, a nova Casa da Cultura acolhe não apenas a estrutura do Pelouro mas também espaços de utilização pública e equipamentos com o objectivo de "abrir" realmente a Casa Barbot aos gaienses.
Assim, a primeira fase da recuperação do imóvel compreendeu a criação de uma área destinada a exposições e à promoção de eventos como debates, colóquios, seminários, workshops, lançamento de livros e momentos musicais.
Futuramente, deverão ser criadas e entregues à exploração uma livraria e uma cafetaria, bem como um Posto de Turismo.
A zona envolvente do edifício, que integra o jardim, foi também alvo de recuperação, no sentido do seu embelezamento e de eliminar a barreira visual existente na Praça do General Torres.
No conjunto, aposta-se no aproveitamento moderno e aberto de uma construção histórica. Respeitam-se, aliás, os princípios enunciados pela Carta de Veneza, onde se refere expressamente que "a conservação de monumentos é sempre favorecida pela sua utilização numa função útil".
É isso que se pretende fazer da Casa Barbot/Casa da Cultura - torná-la útil para recordar a herança histórica de uma época, útil para a afirmação da identidade cultural dos gaienses e útil para o aprofundamento de uma importante vertente do desenvolvimento concelhio, metropolitano, regional e mesmo nacional.
Exemplo "vivo" da arte de uma época
Na futura Casa da Cultura de Gaia, predominam elementos característicos da Arte Nova e destacam-se o vidro, o ferro, a cantaria e o azulejo.
A par das linhas curvas, sobressai a inspiração em elementos neoclássicos (colunas, capitéis e medalhões, por exemplo), de motivos florais e zoomórficos, dos nus femininos e da Natureza em geral.
Mas o conjunto não se esgota unicamente na casa. Passando pela escada do jardim, cuja cobertura de ferro e vidro se assemelha à do café portuense "A Brasileira", temos acesso à propriedade. Esta inclui as áreas ajardinadas e envolventes, com os bancos em forma de tronco de árvore, a estufa, o lago, a gruta artificial, o mirante e a garagem, onde predominam, novamente, elementos que denunciam as misturas de inspirações artísticas que não coincidiram, antes se sucederam. E, em casos como este, como que se "fundiram".
É, assim, a propriedade como um todo dos vários elementos que está a fazer de novo parte da vida quotidiana de Gaia e desta vasta região.
O fenómeno da Arte Nova no nosso país esteve longe de conhecer a importância e desenvolvimento que ocorreu nos restantes países europeus, nomeadamente, em França, na Bélgica, ou na Áustria. Na realidade, a perspectiva actual da História da Arte tende a concordar que este movimento não passou, "(...) entre nós, de um mero episódio sem coerência nem continuidade, muito embora traga consigo o germe de uma nova linguagem".
Nesta medida, se em algumas localidades podemos encontrar vários exemplos desta nova expressão, a Arte Nova, em Portugal, tende a manifestar-se, sobretudo, na decoração das fachadas em azulejo, embora apresente características próprias ao nível da arquitectura .
A Casa Barbot, em Vila Nova de Gaia, reflecte precisamente, este carácter efémero e, de alguma forma, isolado, das manifestações Arte Nova, pois é o único exemplo da cidade. Desconhecemos as razões que terão levado os seus proprietários a adoptar esta nova linguagem para a sua casa de habitação, edificada na segunda década do século XX. Certo é que o seu impacto na malha urbana da cidade não passaria despercebido. De facto, a configuração da Casa Barbot denota, talvez, um entendimento da Arte Nova que ultrapassa o plano decorativo, para se estender a um nível de cariz mais estrutural, destacando-se no seio da Avenida da República pelo carácter quase orgânico dos seus volumes, desenvolvidos em planos diferenciados.
Contudo, não podemos deixar de salientar o significativo eclectismo de todo o imóvel, bem presente nas formas de inspiração árabe (cobertura), nos azulejos de inspiração neoclássica, ou ainda nos elementos de gosto oriental. O que, em última análise, permite aproximar este edifício de um gosto francês de finais do século XIX. A fachada virada para a Avenida apresenta duas varandas sobrepostas, de composição conjunta. No ângulo, encontra-se um uma outra varanda em consola, de planta circular, com uma espécie de baldaquino em forma de bolbo, que corresponde, no piso térreo, a um duplo arco. A outra fachada destaca-se pelo terraço superior, com cobertura hexagonal ao centro, cujo desenho se reflecte no piso inferior, e escadaria exterior de acesso ao portal, protegido por cobertura de ferro. Esta cobertura em mansarda com óculos denota, uma vez mais, a influência francesa da segunda metade do século XIX, nomeadamente do Estilo Imperial de Napoleão III (c. 1852-1870).
Trabalharam neste imóvel artistas como o escultor Alves de Sousa, ou o pintor Veloso Salgado, este último responsável pela composição das salas do interior.
Por sua vez, também os jardins se revestem de especial importância, desenvolvendo-se em consonância com a casa, com a qual forma um todo.
A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia adquiriu o imóvel, com o objectivo de o recuperar para aí instalar alguns serviços camarários.
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Escultor Mário Ferreira da Silva
Mário Ferreira da Silva nasceu e vive em Gaia. Com o diploma de técnico ceramista em Portugal, como bolseiro da Fundação Gulbenkian, foi para Itália, onde frequentou o Instituto de Arte Cerâmica Gaetano Bellardini, em Faenza, e um curso de Escultura, em Perugia. Em viagens de estudo, percorreu a Suíça, a Alemanha, a Inglaterra, a França, a Itália, a Holanda e a Espanha. Em 1971, desloca-se a Washington e a Nova Iorque para dirigir a colocação de 80 painéis de cerâmica da sua autoria, encomendados para o John Fitzgerald Kennedy Center for the Performing Arts. É membro titular da Académie Internationale de la Céramique, órgão consultivo da UNESCO, com sede em Genebra. Está incluído em "NEW DIRECTIONS IN CERAMICS", editado em Inglaterra, em "L'ART DE LA CÉRAMIQUE AUJOURD'HUI DANS LE MONDE", das edições romenas Meridiane, em "MAESTRI DELLA CERAMICA MODERNA", edições de 1984 e 1985, e em "A CERÂMICA EM VILA NOVA DE GAIA", de Manuel Leão, de 1999.
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Em 31 de Janeiro de 1891 - A Câmara Municipal do Porto, encontrava-se junto à estátua equestre de D. Pedro IV, Praça da Liberdade, Porto, Portugal.
A Praça da Liberdade
A Praça da Liberdade é, por muitos, considerada o coração da cidade do Porto, em Portugal. Localiza-se na Baixa da cidade, na freguesia de Santo Ildefonso. A actual Praça da Liberdade designou-se primitivamente por Casal ou Lugar de Paio de Novais, Sítio ou Fonte da Arca, denominando-se, mais tarde, por Quinta, Campo ou Sítio das Hortas. Foi ainda Lugar ou Praça da Natividade, Praça Nova das Hortas, Praça da Constituição e de D. Pedro IV e, ainda, Praça da República, antes de adoptar a designação presente. Propriedade do Cabido da Sé do Porto, esta área, localizada no exterior das Muralhas Fernandinas que cercavam a cidade — entre a Porta de Carros e a de Santo Elói —, teve projectos de criação de uma praça pública em 1691 e em 1709 que não se chegaram a concretizar. Em 1718, novo projecto foi lançado, tendo o Cabido da Sé cedido os terrenos necessários à abertura da praça. Novas ruas foram então também abertas, entre as quais a Rua do Laranjal das Hortas (hoje desaparecida) e a Rua da Cruz (actual Rua da Fábrica). Da concretização deste projecto resultaria a Praça Nova, limitada a Norte por dois palacetes onde, entre 1819 e 1915, funcionaram os Paços do Concelho; a oriente pelo Convento dos Congregados; a sul por um tramo da Muralha Fernandina, destruído em 1788 para dar lugar ao Convento de Santo Elói — só terminado no século XIX e actualmente chamado Palácio das Cardosas —; e o lado poente, só mais tarde edificado. A instalação da Câmara Municipal no local em 1819, a inauguração da Ponte de D. Luís em 1887, a extensão da via-férrea até ao local em 1896, com a construção da Estação de São Bento, foram factores decisivos para tornar a, agora chamada, Praça de D. Pedro IV, no centro político, económico e social da cidade do Porto. Em meados do século XIX, a Praça era já o "ponto predilecto de reunião dos homens graves da política e do jornalismo, da alta mercancia tripeira e dos brasileiros". Aqui predominavam os botequins — "Guichard", "Porto Clube", "Camacho", "Suíço", "Europa", "Antiga Cascata", "Internacional", etc. — progressivamente desaparecidos para dar lugar a entidades bancárias, companhias seguradoras e escritórios. Em 1916 foi demolido o edifício que serviu de Paços do Concelho, a norte da Praça da Liberdade, bem como diversos arruamentos vizinhos — ruas do Laranjal, de D. Pedro, etc. —, iniciando-se as obras de construção da Avenida dos Aliados. Ao cimo da nova avenida foram construídos os modernos Paços do Concelho do Porto, amplo edifício em granito e mármore, projecto de 1920 do arquitecto Correia da Silva. A Praça da Liberdade ficou, assim, ligada à nova Avenida dos Aliados e à Praça do General Humberto Delgado, num conjunto urbano de grande monumentalidade e de particular interesse histórico e artístico.
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Monumento a D. Pedro IV
O Monumento a D. Pedro IV situa-se na Praça da Liberdade, na cidade do Porto, em Portugal. É uma estátua equestre da autoria do escultor Célestin Anatole Calmels. A primeira pedra foi posta em 9 de Julho de 1862. Foi inaugurado em 19 de Outubro de 1866. Tem 10 metros de altura e cinco toneladas de bronze. A estátua de bronze apresenta D. Pedro IV vestido com a farda de caçadores 5 e sobre ela uma placa (espécie de sobrecasaca) que era o seu traje habitual; na mão direita segura a Carta Constitucional de 1826 e na esquerda as rédeas do cavalo.
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No pedestal
No pedestal são representadas duas cenas da vida do homenageado, em dois baixos-relevos. Os baixos-relevos originais eram de mármore de Carrara, mais tarde foram substituídos por outros em bronze. Estes foram roubados em 2007, ano em que a estátua foi recuperada pelo programa Porto com Pinta. Mas quando se retirou a tela publicitária, faltavam as placas. Recorrendo a fotos dos originais, foi possível fazer as duas réplicas que foram recolocadas em Março de 2008.
Um deles representa o desembarque na praia do Mindelo, onde se vê D. Pedro IV a entregar a bandeira a Tomás de Melo Breyner.
O segundo mostra a entrega do coração de D. Pedro ao Porto. O coração encontra-se na Igreja da Lapa
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Um deles representa o desembarque na praia do Mindelo, onde se vê D. Pedro IV a entregar a bandeira a Tomás de Melo Breyner.
O segundo mostra a entrega do coração de D. Pedro ao Porto. O coração encontra-se na Igreja da Lapa
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