sábado, 26 de setembro de 2009

"Entrada de D. João I no Porto para celebrar o seu casamento com D. Filipa de Lencastre (séc. XIV)"

Em 1387, D. João I casa com D. Filipa de Lencastre, filha de João de Gaunt, Duque de Lencastre, fortalecendo por laços familiares os acordos do Tratado de Aliança Luso-Britânica, que perdura até hoje. Depois da morte em 1390 de João de Castela, sem herdeiros de D. Beatriz, a ameaça castelhana ao trono de Portugal estava definitivamente posta de parte. A partir de então, D. João I dedicou-se ao desenvolvimento económico e social do país, sem se envolver em mais disputas com a vizinha Castela ou a nível internacional. A excepção foi a conquista de Ceuta, no Norte de África, em 1415, uma praça de importância estratégica no controle da navegação na costa de África que é conquistada a 21 de Agosto. Após a sua conquista são armados cavaleiros, na mesquita daquela cidade, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a rainha D. Filipa de Lencastre.


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Torneio de Arcos de Valdevez

Em 1140, travou-se, nas margens do rio Vez, perto de Arcos de Valdevez, um torneio entre cavaleiros portugueses e leoneses, em vez da batalha campal tradicional que, antes, esteve iminente. Venceram, à maneira medieval, os portugueses, ficando seus prisioneiros os Leoneses. Este torneio levou à negociação do armistício entre Afonso VII e Afonso Henriques, trocando-se prisioneiros. Este terá sido um primeiro passo para a celebração do Tratado de Zamora, em 1143. Na Estação de São Bento, no Porto, encontra-se um painel de azulejos ilustrativo do Torneio.


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Egas Moniz, o aio

Egas Moniz apresentando-se ao rei de Leão com a sua família - Painel de Azulejo na Estação de São Bento (Porto)
Egas Moniz, dito «o Aio» (1080 — 1146) foi um rico-homem portucalense, da linhagem dos Riba Douro uma das cinco grandes famílias do Entre-Douro-e-Minho condal do século XII, a quem Henrique de Borgonha, conde de Portucale confiou a educação do filho, Afonso Henriques, tarefa essa que lhe deu o cognome pelo qual é conhecido.
Por esta altura Portucale era nominalmente dependente de Leão e Castela, então regidos pela rainha D. Urraca. Por morte desta em 1127, sucede-lhe no trono Afonso VII, o qual adopta o título de imperador de toda a Hispânia, procurando a vassalagem dos demais reinos, incluindo entre eles também o Condado Portucalense, que há muito demonstrava tendências autonomistas. Em 1128, Afonso Henriques, então com vinte anos, foi feito chefe dos barões que temiam a influência galega sobre Portucale e, forçado a batalhar contra as forças de sua mãe, Teresa de Leão, vence-as nos campos de São Mamede e assume a liderança política do condado, desejando lutar pela independência do Condado e alargar as fronteiras.
Pouco depois, Afonso VII vai por cerco a Guimarães, então sede política do condado, e exige um juramento de vassalagem a seu primo Afonso Henriques; Egas Moniz dirigiu-se ao imperador, comunicando-lhe que o primo aceitava a submissão.
Contudo, depois de deslocar a sua capital para Coimbra (1131), Afonso Henriques sente-se com força para destruir os laços que o ligavam a Afonso VII; faz-lhe guerra e invade a Galiza, travando-se a batalha de Cerneja (1137), da qual saem vitoriosos os portucalenses.
Como Afonso Henriques não cumpriu o acordado por seu aio, Egas Moniz, segundo reza a lenda, ao saber do sucedido, deslocou-se a Toledo, a capital imperial, descalço e com um baraço ao pescoço. Acompanhado da sua esposa e filhos, colocou ao dispor do imperador a sua vida e a dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade de nove anos antes. Diz-se que o imperador, comovido com tanta honra, o perdoou e mandou em paz de volta a Portucale.


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CONQUISTA DE CEUTA

No sentido de amenizar a impressão da severa nobreza do granito utilizado na fachada majestosa do edifício, recorreu-se à tradição da azulejaria portuguesa para decorar a "sala de visitas" da cidade. Das diversas propostas apresentadas, foi aprovada por portaria de 24 de Novembro de 1905 a apresentada por Jorge Colaço (1868/1942) .

CONQUISTA DE CEUTA

Um exército de cerca de 19 000 a 20 000 cavaleiros e soldados portugueses, ingleses, galegos e biscainhos havia largado de Lisboa a 25 de Julho, embarcado em cerca de 240 ou 110 navios de transporte e vasos de guerra. Na expedição seguia a fina flor da aristocracia portuguesa do século XV, incluíndo os príncipes Duarte, o herdeiro, Pedro, Duque de Coimbra e Henrique, Duque de Viseu. Após uma escala em Lagos, fundearam diante de Ceuta a 21 de Agosto, tendo efectuado o desembarque sem encontrar resistência por parte dos Mouros. A guarnição da cidade de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as tropas portuguesas foram rápidas a impedir o estabelecimento de defesas adequadas. Na manhã de 22 de Agosto, Ceuta estava em mãos portuguesas. A mesquita foi consagrada e, na primeira missa lá realizada, os três príncipes da Ínclita geração presentes foram feitos cavaleiros pelo seu pai. Ceuta seria a primeira possessão portuguesa em África, estratégica para a exploração Atlântica que começava a ser efectuada.Deixando ficar o conde de Viana, D. Pedro de Meneses, o rei, os infantes e o resto da frota regressaram a Lisboa em Setembro, tendo permanecido durante treze dias em Ceuta. Os marroquinos não se deram por vencidos e atacaram a cidade em 1418 e 1419, sem qualquer resultado. Manter a cidade constituía-se em um problema logístico: era necessário enviar suprimentos, armas e munições; a maior parte dos soldados era recrutada à força, recorrendo-se a condenados e criminosos a quem o rei comutava a pena desde que fossem para Ceuta e ainda recompensar generosamente os nobres que ocupavam postos de chefia. Julgaram consegui-lo, quando do desastre português de Tânger, pedindo como resgate do infante de D. Fernando a cidade de Ceuta. Mas D. Fernando faleceu no cativeiro e a cidade continuou portuguesa (1443). Ceuta teve que se aguentar sozinha durante 43 anos até que a posição da cidade ser consolidada com a tomada de Alcácer Seguer (1458), Arzila e Tânger (1471).
A cidade foi reconhecida como possessão portuguesa pelo Tratado de Alcáçovas (1479) e pelo Tratado de Tordesilhas (1494).
Quando da Dinastia Filipina, Ceuta manteve a administração portuguesa, assim como Tânger e Mazagão. Todavia, quando da Restauração Portuguesa, não aclamou o Duque de Bragança, como rei de Portugal, mantendo-se espanhola. A situação foi oficializada em 1668 com a assinatura do Tratado de Lisboa entre os dois países, e que pôs fim à guerra da Restauração.




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A Estação de São Bento é uma estação ferroviária localizada na Praça de Almeida Garrett, na cidade do Porto, Portugal.
Apesar do primeiro comboio ter chegado àquele local no dia 7 de Novembro de 1896, a Estação de São Bento só foi inaugurada em 1916.


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Convento de São Bento de Ave-marias

A estação ferroviária foi edificada no princípio do século XX no preciso local onde existiu o Convento de São Bento de Ave-maria que datava do século XVI. Daí o nome com que a estação foi baptizada.
Com a extinção das ordens religiosas, o mosteiro ficou completamente devoluto em 1892, tendo-se decidido construir no local a estação ferroviária central do Porto. A demolição dos claustros iniciou-se em 1894 e a da igreja em 1900.
O edifício foi construído de acordo com o projecto do arquitecto Marques da Silva e a gare foi solenemente inaugurada a 1 de Maio de 1915.



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domingo, 20 de setembro de 2009

Convento de Corpus Christi (Últimas Notas)


(103) Por o rei D. Pedro o considerar como um dos principais autores do assassinato de D. Inês de Castro, foi barbaramente morto, diante do mesmo soberano, em Santarém, no dia 18 de Janeiro de 1357.

(104) O actual duque de Bragança. D. Duarte Nuno, neto do rei D. Miguel I, é descendente directo, em linha varonil, do primeiro duque de Bragança.

(105) O senhorio de Gaia-a-pequena pertenceu a Aires Gonçalves de Figueiredo, que foi o último alcaide do Castelo de Gaia.

(107) A falecida Maria Adelaide – vulgarmente designada por Santa Maria Adelaide, sepultada em Arcozelo, foi serva neste convento durante bastantes anos.


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As águas do rio Douro

As águas do rio Douro, por ocasião de cheias, invadiam as celas do convento de Corpus Christi, chegando, nas cheias de 1652 e de 1739, a penetrar na igreja, a ponto de obrigarem a retirar o Sacramento. Por tal motivo foi construído o edifício actual com os dormitórios mais altos. No entanto, na cheia de 23 de Dezembro de 1909, as águas do Douro chegaram e entrar na igreja a uma altura de 0,20 m.



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As monjas do mosteiro de Corpus Christi

Chegou a ter cerca de setenta religiosas professoras; mas as recolhidas e criadas ascendiam a mais de duzentas (107). Especializaram-se no fabrico de arroz-doce, que tão saboreado foi pelos vates e poetas que acorreram às festas dos abadessados realizadas no largo outeiro do convento de Corpus Christi. Durante um quarto de século funcionaram no convento de Corpus Christi escolas do ensino primário para ambos os sexos, chegando as matrículas de ambas a ascenderem a mais de 400. Às crianças mais pobres era dada uma sopa diária, bem como roupas às mais necessitadas. D. Camila Júlia de Almeida Braga, que foi admitida, neste convento, ainda criança, foi a desvelada enfermeira das últimas monjas desta casa religiosa: D. Clara Emília do Nascimento e D. Marcelina Cândida Viana, derradeira vigária da mais vetusta casa religiosa nas terras de Gaia. Depois, tomando a seu cargo a direcção das escolas, chegou a vender todos os seus bens para as poder sustentar. E, quando ela, por ordem da autoridade, teve de deixar, no ano de 1922, a sua cela, tal desgosto teve que, apenas, sobreviveu 48 horas na casa em que foi recolhida. Quem, presentemente, contemple o edifício do antigo mosteiro de Corpus Christi de Gaia, deverá bendizer a hora em que ele foi escolhido para servir de glorioso troféu à divina virtude da Caridade e, consequentemente, para proveito próprio da humanidade bem atestada na missão que sublima os trabalhos do Instituto Feminino de Educação e Regeneração. Foi prioresa deste mosteiro a madre Catarina da Glória, que viveu 120 anos. Tinha entrado para este mosteiro com a idade de seis anos. As monjas do mosteiro de Corpus Christi foram muito celebradas pelos mais famosos improvisadores e insignes vates na ocasião de festas realizadas no espaçoso outeiro desta casa religiosa. No ano de 1897 foi demolido um passadiço, que ligava o actual edifício do convento com os armazéns de Miguel Sousa Guedes.


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 O CONVENTO DE «CORPUS CHRISTI»

Esta antiga casa religiosa foi fundada por D. Maria Mendes Petite, mãe de Pedro Coelho(103), que foi ministro do Rei D. Afonso IV e avó de D. Leonor Alvim, que foi esposa do heróico D. Nuno Alvares Pereira. A sua fundadora, por escritura de 11 de Outubro de 1345, doou as casas e igreja que mandara edificar, em Gaia, às Donas Pregaretas da Ordem de S. Domingos para se fazer ofício divino a serviço do corpo de Jesus Cristo. Tendo o Cabido da Sé do Porto protestado contra o funcionamento desta nova casa religiosa, só em 12 de Abril de 1354 é que, por breve pontifício, nela entrou a sua primeira prioresa, a soror Marinha Afonso Lobato, com outras monjas vindas do convento das Donas Pregaretas, de Santarém. Neste convento foi sepultada, no ano de 1387, ao lado de sua avó, falecida em 1355, D. Leonor Alvim, mãe de D. Beatriz Alvim Pereira, que foi esposa do primeiro duque de Bragança, D. Afonso, filho bastardo do Rei D. João I e de Inês Pires (104). Em 1404, na capela de Santiago, deste convento, também foi sepultado Álvaro Anes de Cernache, alferes - more da Ala dos Namorados, em 14 de Agosto de 1385, na gloriosa batalha de Aljubarrota. Este denodado herói acompanhou o Rei D. João I à conquista de Ceuta, onde foi armado cavaleiro pelo mesmo soberano. Também foi senhor de Gaia Maior (105), e o fundador da actual casa Campo Belo Por Decreto de 28 de Maio de 1834, foram extintas as ordens religiosas; e, por isso, este mosteiro somente poderia subsistir até ao falecimento da sua última freira. Todavia, para evitar-se o encerramento deste mosteiro e, muito principalmente, o exercício do culto, foi constituída, em 14 de Janeiro de 1882, a Confraria de Nossa Senhora do Rosário e S. Domingos de Gusmão. Em 5 de Janeiro de 1894 faleceu a sua última freira (D. Marcelina Cândida Viana.); mas a confraria conseguiu manter o culto até ao ano de 1922, data em que foi dissolvida por ordem do Governo, sob o pretexto de que as salas das aulas em que era ministrado o ensino primário por senhoras piedosas, não tinham a indispensável higiene. O convento foi, pois, encerrado; todavia, por diligências do então governador civil, o brigadeiro Sr. Luís Nunes da Ponte, coadjuvado pelo Sr. Dr. Joaquim Dinis da Fonseca e outras pessoas, conseguiu que neste extinto convento se instalasse o Instituto Feminino de Educação e Regeneração, que foi inaugurado, no dia 9 de Janeiro de 1930, pelo bispo do Porto, D. António Meireles. Tão prestante como humaníssima instituição é, desde o seu início, dirigida pelas religiosas Irmãs do Bom Pastor. Presentemente, depois das grandes obras realizadas em todo o edifício e igreja deste antigo mosteiro gaiense, pode afirmar-se que, no género, é o mais importante estabelecimento do país.


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Convento de Corpus Christi - Santa Marinha - Vila Nova de Gaia

O Convento de Corpus Christi, também conhecido como Instituto do Bom Pastor, é um antigo edifício religioso localizado na freguesia de Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, Portugal.
A actual igreja do Convento de Corpus Christi, da Ordem de São Domingos, é de estilo barroco joanino, de planta centralizada octogonal, projecto do padre Pantaleão da Rocha de Magalhães, arquitecto responsável por várias obras no Porto e arredores, e seguindo o modelo do templo lisboeta do Mosteiro do Bom Sucesso de Santa Maria de Belém, pertencente à mesma ordem.
No interior, destaca-se o cadeiral do coro em talha dourada que remonta à segunda metade do século XVII, onde sobressai a expressividade de determinadas máscaras e animais. A pintura e a imaginária que decoram a igreja (teto do coro alto, espaldar do cadeiral e retábulos) apresentam uma iconografia que se enquadra nas temáticas da Ordem. Representam santos dominicanos e outros, com destaque para três devoções principais: o Santo Rosário, o nome de Jesus e a Eucaristia.
Encontram-se aqui sepultadas D. Leonor de Alvim, mulher de D. Nuno Álvares Pereira, e sua avó, D. Maria Mendes Aboim, falecida em 1355 e fundadora do convento; também se encontra aqui a arca tumular de Álvaro Anes de Cernache, que foi alferes da bandeira da Ala dos Namorados na Batalha de Aljubarrota.


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sábado, 5 de setembro de 2009

MONUMENTO AOS HERÓIS DA GUERRA PENINSULAR (PORMENORES DO MONUMENTO)

PORMENOR FRONTAL


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PORMENOR LATERAL ESQUERDO



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PORMENOR LATERAL DIREITO


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Embarque para o Brasil do Príncipe Regente de Portugal

Embarque para o Brasil do Príncipe Regente de Portugal, D. João VI, e de toda a família real, no Porto de Belém, em 27 de Novembro de 1807. Gravura feita por Francisco Bartolozzi (1725-1815) a partir de óleo de Nicolas Delariva.
Na iminência da invasão, o príncipe regente, D. João, fizera já saber a Napoleão que iria cumprir as disposições do Bloqueio Continental e, em 30 de Outubro, declarara mesmo guerra à Inglaterra, mandando prender em Novembro os ingleses residentes em Portugal. A Convenção secreta entre Portugal e a Inglaterra, assinada no dia 22 de Outubro, estabelecia com segurança a manobra luso-britânica de pôr a salvo a Família Real e o governo português no Brasil.
Em 9 de Maio de 1808, o príncipe regente de Portugal, no Brasil, declarava nulos todos os tratados de Portugal com a França, declarando guerra aos franceses e amizade ao seu antigo aliado, a Grã-Bretanha. No Porto, em 6 de Junho, vai abrir-se um período de revoltas populares contra a ocupação francesa, em resultado das quais as populações de Chaves, Miranda, Torre de Moncorvo, Ruivães, Vila Real, entre outras, responderam imediatamente à chamada. Sob o comando do tenente-general Sepúlveda o movimento de Trás-os-Montes voltou ao Porto, onde foi nomeada a Junta Provisional do Supremo Governo do Reino (1808), sob o comando do bispo do Porto, D. António de Castro.


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Guerra Peninsular (Tratado de Fontainebleau)

A chamada Guerra Peninsular sucedeu no início do século XIX, na Península Ibérica, integrando o evento mais amplo das Guerras Napoleónicas. Envolveu Portugal, Espanha, Grã-Bretanha e França, com repercussões além da Europa, na independência da América Latina.
Em Julho de 1807, com os acordos secretos de Tilsit, vai no entanto abrir-se um novo capítulo na guerra europeia. Em Agosto, enquanto Napoleão faz concentrar tropas em Baiona para a invasão de Portugal, os representantes da França e de Espanha em Lisboa entregaram ao príncipe regente de Portugal, dom João, os seus “pedidos”: Portugal teria que se juntar no bloqueio continental que a França decretara contra a Inglaterra; fechar os seus portos à navegação britânica; declarar a guerra aos ingleses; sequestrar os seus bens em Portugal, e prender todos os ingleses residentes.
Em 5 de Setembro de 1807, o general Andoche Junot está já em Baiona a cuidar dos últimos preparativos das tropas que irão invadir Portugal, antes de obter uma resposta definitiva do príncipe regente de Portugal, e antes mesmo de Napoleão assinar o Tratado de Fontainebleau com a Espanha (27 de Outubro de 1807), no que parecia ser o projecto de uma repartição do território português em três novas unidades políticas:

Lusitânia Setentrional – território entre o rio Minho e o rio Douro, um principado a ser governado pelo soberano do extinto reino da Etrúria (então Maria Luísa, filha de Carlos IV de Espanha);

Algarves – região compreendida ao sul do Tejo, a ser governada por Manuel de Godoy, o Príncipe da Paz, primeiro-ministro de Carlos IV, com o título de rei; e

Resto de Portugal – território circunscrito entre o rio Douro e o rio Tejo, região estratégica pelos seus portos, a ser administrada directamente pela França até à paz geral.

Tornando aparente à Espanha querer cumprir o Tratado de Fontainebleau, Napoleão ordena a invasão de Portugal, iniciando o que se denomina por Guerra Peninsular (1807 – 1814), cuja primeira parte é conhecida como invasões francesas a Portugal.


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A Guerra Peninsular (Antecedentes)

A Guerra Peninsular entre 1807 e 1814, tem uma sequência de eventos envolvendo a península que remontam à Campanha do Rossilhão (1793 – 1795), quando tropas de Portugal reforçam as da Espanha, integrando a primeira aliança liderada pela Inglaterra contra a França revolucionária.
A partir da ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder (1799), a Espanha alia-se à França para, por meio da invasão e da divisão de Portugal entre estes, atingir indirectamente os interesses comerciais do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda. A Guerra das Laranjas travada em 1801, na sequência, por um lado, da recusa portuguesa em aliar-se à França contra a Inglaterra (país nosso aliado tradicional) e, por outro, de um acordo entre a França e a Espanha em que se planeava a partilha do território nacional entre as duas. Napoleão Bonaparte e os espanhóis pretendiam que o príncipe regente de Portugal abrisse os portos aos navios espanhóis e franceses. Não o conseguindo, chegaram a invadir o País. As hostilidades terminaram com a perda de Olivença.


PINTURA»»
Manuel Godoy, o vencedor da Guerra das Laranjas.



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"No cimo do pedestal" encontra-se um leão(a vitória portuguesa) sobre uma águia que derruba (esta representa o império de Napoleão).


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A guerra peninsular (Invasões Francesas)

A guerra peninsular, assim designada, foi aquela que uniu os Portugueses, os Espanhóis e os Ingleses contra os exércitos da França, de Napoleão Bonaparte, na Península Ibérica, no período de 1808 a 1814. Bem no centro do jardim da Boavista, ergue-se este monumento comemorativo aos bravos dessas lutas. Da autoria do arquitecto Marques da Silva e do Escultor Alves de Sousa, esta obra levou alguns anos a ser concluída, tendo começado em 1909 e apenas inaugurado em 1951. Os artistas envolvidos na feitoria desta obra, tentaram transmitir o sacrificio e a vitória do povo portuense nesta guerra. É composta por um pedestal, de 45 metros de altura, rodeado de grupos escultóricos, chegando mesmo, dois deles a morder a base. No cimo do pedestal encontra-se um leão(a vitória portuguesa) sobre uma águia que derruba (esta representa o império de Napoleão). É precisamente o que a fotografia documenta.


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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Cónegos Regrantes de Santo Agostinho

Cónegos regrantes do Mosteiro de S. Salvador de Grijó.


A história dos cónegos regulares surgiu em consequência das exortações urgentes do Sínodo de Latrão, em 1059. Os clérigos autónomos dos cabidos de algumas catedrais, principalmente na Inglaterra (Carlisle), e de um grande número de colegiadas da Europa ocidental, respondeu à apelação; e a necessidade de uma regra da vida para o regime novo produziu, no fim do século XI, a dita Regra de Santo Agostinho, que foi adoptada extensamente pelos cónegos regulares, que começaram também a se ligar pelos votos da pobreza, da obediência e da castidade. Seus membros são chamados cónegos pretos, numa referência à cor do hábito de manto que usam.
O surgimento destes cónegos determinou, no século XI, a distinção entre cónegos regulares e seculares. Com a carta apostólica Caritatis unita, de 4 de Maio de 1959, o Papa João XXIII fundou a Confederação dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho, no 900.º aniversário do Primeiro Sínodo de Latrão. Como seu predecessor, o Papa São Gregório VI, quis promover a vida canonical no mundo contemporâneo. A Confederação é uma união de caridade que agrupa nove congregações de cónegos regulares pela recíproca ajuda e suporte. Criada Confederação dos Cónegos Regulares Agostinianos, passaram a integrá-la:
* os Cónegos Regulares Lateranenses
* os Cónegos Regulares da Congregação austríaca
* os Cónegos Regulares do Grande São Bernardo

* os Cónegos Regulares de São Maurício d’Agaune

* os Cónegos Regulares de Windesheim

* os Cónegos Regulares da Imaculada Conceição

* os Cónegos Regulares de Maria Mãe do Redentor

* os Cónegos Regulares dos Irmãos da Vida Comum

* os Cónegos Regulares de São Vítor
Os seus mais importantes mosteiros em Portugal foram os de Santa Cruz, em Coimbra, e o de São Vicente de Fora, em Lisboa.
A Ordem tem veneração especial pela Paixão de Cristo, por Nossa Senhora, pelos Santos Anjos, arautos da Cruz. Seu cunho especial é a Liturgia Solene. Seus sacerdotes pregam exercícios espirituais e sobretudo auxiliam a Igreja na oração e ajuda ao clero.

As abadias dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho apresentam poucas particularidades próprias. Sendo uma Ordem de clero regular, ocupando uma posição de meio termo entre monges e cónegos seculares – algo como um conjunto de párocos a viverem em comunidade e em observância a uma regra. Em 1542, alguns cónegos regrantes do Mosteiro de S. Salvador de Grijó, invocando a insalubridade dos ares da primeira fundação que se localizava em lugar ermo, doentio e isolado. Necessitando este de obras de vulto, decidindo o Rei D. João III, o Reformador de Santa Cruz de Coimbra e o Prior-Mor D. Bento de Abrantes, fundar uma nova Casa mais perto da Cidade do Porto. Assentaram edificar o novo Mosteiro no montado da Quinta de Quebrantões, na Serra de S. Nicolau de Vila Nova, que compraram aos seus fidalgos proprietários.
Ao Mosteiro edificado veio chamar-se Santo Agostinho da Serra do Pilar. Passa-se isto em 1598, início da construção da actual igreja – ao lado da primitiva capela, ainda viva e bem conservada - dada por concluída e benzida apenas em 1672.



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