Chegou a ter cerca de setenta religiosas professoras; mas as recolhidas e criadas ascendiam a mais de duzentas (107). Especializaram-se no fabrico de arroz-doce, que tão saboreado foi pelos vates e poetas que acorreram às festas dos abadessados realizadas no largo outeiro do convento de Corpus Christi. Durante um quarto de século funcionaram no convento de Corpus Christi escolas do ensino primário para ambos os sexos, chegando as matrículas de ambas a ascenderem a mais de 400. Às crianças mais pobres era dada uma sopa diária, bem como roupas às mais necessitadas. D. Camila Júlia de Almeida Braga, que foi admitida, neste convento, ainda criança, foi a desvelada enfermeira das últimas monjas desta casa religiosa: D. Clara Emília do Nascimento e D. Marcelina Cândida Viana, derradeira vigária da mais vetusta casa religiosa nas terras de Gaia. Depois, tomando a seu cargo a direcção das escolas, chegou a vender todos os seus bens para as poder sustentar. E, quando ela, por ordem da autoridade, teve de deixar, no ano de 1922, a sua cela, tal desgosto teve que, apenas, sobreviveu 48 horas na casa em que foi recolhida. Quem, presentemente, contemple o edifício do antigo mosteiro de Corpus Christi de Gaia, deverá bendizer a hora em que ele foi escolhido para servir de glorioso troféu à divina virtude da Caridade e, consequentemente, para proveito próprio da humanidade bem atestada na missão que sublima os trabalhos do Instituto Feminino de Educação e Regeneração. Foi prioresa deste mosteiro a madre Catarina da Glória, que viveu 120 anos. Tinha entrado para este mosteiro com a idade de seis anos. As monjas do mosteiro de Corpus Christi foram muito celebradas pelos mais famosos improvisadores e insignes vates na ocasião de festas realizadas no espaçoso outeiro desta casa religiosa. No ano de 1897 foi demolido um passadiço, que ligava o actual edifício do convento com os armazéns de Miguel Sousa Guedes.
Bem-haja
domingo, 20 de setembro de 2009
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